DIEGO INNOCENCIO

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POR UMA VIDA MAIS DOCE

Fotos Karin Kastro

Tudo na vida de Diego Innocencio começa com um "sim". Dono da Casa do Doce Brasil, respeitada confeitaria de Taubaté (SP), ele sabe aproveitar as oportunidades da vida. É que, com apenas 22 anos, descobriu da pior forma que temos pouco controle sobre as coisas.

Logo após abrir sua confeitaria, em meio à pandemia de Covid-19, passou por uma cirurgia emergencial e foi diagnosticado com um câncer no intestino. Foram três cirurgias e nove meses de colostomia. Fase difícil, mas, superada com apoio da sua mãe, das suas irmãs e do seu namorado. "Agradeço todos os dias a Deus pela oportunidade de seguir", diz.

A experiência mudou a forma como Diego enxerga o mundo. Atualmente, ele vive mais no presente e se esforça em fazer hoje seu dia melhor do que ontem, dando atenção aos pequenos detalhes cotidianos.

Filho do meio de uma família de quatro irmãos, ele nasceu em Pirassununga (SP) e se mudou com a família para São José dos Campos (SP) aos sete anos de idade, depois para Taubaté, onde mora até hoje. E é dele alguns dos mais belos – e saborosos – doces presentes no iFood. São brigadeiros, chocolates, bombons e pães-de-mel que adoçam diariamente a vida de seus clientes.

Confira um pouco de sua história na confeitaria nesta entrevista especial:

Quando você ingressou nesse universo dos doces?

Diego Innocencio: Com 10 anos comecei a vender doces na rua para ajudar minha mãe nas despesas da casa. Isso fez com que eu aprendesse a trabalhar com o público muito cedo. Aos 14 anos, entrei em uma indústria para trabalhar como jovem aprendiz, foi quando comecei a produzir meus próprios doces e vendê-los na fábrica. Desde então nunca parei. Mais tarde, fiz curso de confeitaria no Senac e vi que era realmente isso que eu queria como profissão.

O que te move diariamente?

DI: Sou muito sonhador. Venho de uma família humilde. Já pensei em fazer medicina -opção descartada porque, infelizmente, é um curso muito caro - e lutei muito para fazer intercâmbio no exterior. Foram três anos de muito trabalho pagando a viagem. Cheguei a vender 5.000 bombons em um só mês e lancei os cones gourmets. Foi um sucesso! Lembro que na primeira publicação que fiz nas redes sociais, vendi, em menos de 1 hora, 45 unidades. Coloquei "entrega grátis", mas quem disse que tinha entregador? Acabei eu mesmo entregando tudo de bicicleta! (risos)

Até que veio a pandemia e tudo mudou. Tive que cancelar minha ida. Foi uma decisão dolorosa, perdi muito dinheiro. Logo depois, fiquei doente e fui diagnosticado com câncer no intestino. Foi uma fase difícil. Agradeço diariamente a Deus pela vida.

A Casa do Doce Brasil surgiu nessa época?

DI: Fundei a casa em 2020. Entrei no iFood e, no primeiro dia, acredite: fiz só uma venda! Até que entendi que o marketing precisava andar junto da minha produção. Um post em rede social com bom conteúdo e uma foto que encha os olhos faz toda diferença. Então, eu me dediquei a isso e no segundo dia, quando abri a plataforma… Surtei! Vendeu muito. Foi uma correria para dar conta de todos os pedidos.

Seus doces são belíssimos. De onde tira as ideias?

DI: Para mim, criatividade é a capacidade de recriarmos o mundo do nosso jeito. É preciso soltar a imaginação e deixar as ideias fluírem. Mas, para isso, é preciso estar disposto a errar. E errar muito!

Então, vamos fazer um balanço: de quando você começou para agora, o que mudou?

DI: Ah, se você olhar meu primeiro bolo… Fico chocado! (risos) Vejo como evoluí na confeitaria. Hoje uso novas técnicas, as melhores matérias-primas e desenvolvo minhas próprias receitas.

Um dos meus diferenciais são meus produtos autorais, personalizados. Adoro desafios. Quero sempre surpreender meu cliente. E, quando vejo em seu olhar que entreguei um produto único, não tem valor que pague o momento.

Você parece ser uma pessoa resiliente. É isso mesmo?

DI: Olha, aprendi que pedir ajuda não é desistir. Pelo contrário! É se recusar a desistir. Toda lágrima cai por alguma razão, é um sinal da sua força. Então, penso que hoje eu só preciso superar uma pessoa: quem eu fui ontem. E é com esse pensamento que acordo todos os dias tentando ser e dar sempre o meu melhor.

A confeitaria parece ser um mercado que está sempre mudando, com novidades. É isso mesmo?

DI: Sem dúvida. Por isso, estou sempre em evolução. Faço um curso atrás do outro e, para surpreender meu cliente, procuro mudar meu cardápio a cada três meses. Assim ele sempre terá algo novo para experimentar. E, mais importante: hoje posso dizer que tenho segurança e vontade de ser melhor que ontem. É o que basta.

Quais os planos futuros?

DI: São vários. Tenho uma cozinha onde produzo tudo da Casa do Doce Brasil. Ainda assim, sonho em abrir uma confeitaria para o consumo no local. Garanto que, quando isso acontecer, será algo único!

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