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ELAS - Irene Serafim

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Acolhimento, transmissão de conhecimento e tecnologia de ponta para a resolução de problemas odontológicos. Este é o tripé que norteia a vida profissional de Irene Serafim. Dentista, moradora de Taubaté (SP), é dela a Seletto Odontologia, um dos consultórios de maior reconhecimento do país quando o assunto é diagnóstico.
Carioca da gema, que veio para o Vale do Paraíba aos 15 anos de idade, Irene é mestre e especialista em ortodontia e e ortopedia funcional dos maxilares, DTM e dor orofacial, doutora em biopatologia com ênfase em DTM e Sono e pós-graduada e certificada em odontologia do sono. Tantos títulos são fruto de anos de prática e pesquisa na área.
Estudiosa, a moça que sempre gostou de artes, é filha de um industrial e uma professora e cantora lírica. Mesmo com teste vocacional (teve dúvidas entre arquitetura e odontologia), ela se encontrou nesta segunda profissão. Além da facilidade, e da paixão, com exatas, entendeu logo na adolescência que gostava de lidar com pessoas.
"Curioso é que, na infância, eu não gostava de ir ao dentista. Até que conheci uma profissional com quem me identifiquei. Foi um divisor de águas para a minha escolha futura. Ela inclusive virou, anos depois, minha professora na faculdade", conta Irene.
Dentro da odontologia, Irene escolheu justamente a ortodontia pelos cálculos que precisava fazer. Mas, sem dinheiro para fazer a tão sonhada especialização na área, resolveu aproveitar as oportunidades que a vida lhe tinha dado. Durante a faculdade, recebeu um convite para fazer residência em um hospital. Ainda sem conhecer a abrangência da área odontológica, questionou-se: o que eu vou fazer lá? Ainda assim, encarou o desafio instigada por uma de suas mestres.
Fez a prova e passou no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Passou a atuar na área de bucomaxilofacial, especialidade que trata patologias da boca, fratura dos ossos da face, cistos e tumores benignos na cavidade oral e dos maxilares e disfunções das ATM (articulações temporomandibulares). Aprendeu muito, porém sentia que ainda não era o que queria profissionalmente.
Passou a fazer estágio também no consultório de um de seus professores, Dr. Sebastião Interlandi, e dar aulas com Dr. Gerval de Almeida, ambos com bastante reconhecimento no meio odontológico. Era um jeito de juntar dinheiro para fazer sua tão sonhada especialização em ortodontia.
"Até que ingressei na especialização em 1999. Era muito caro na época e eu não tinha dinheiro. Mas fui à luta. Se não desse certo, venderia o carro que eu tinha. Mas, ainda bem, não precisei!", conta ela, que na sequência fez curso de excelência em ortodontia em Maringá (PR), na Dental Press.
Sem ter como bancar seu próprio consultório, Irene sublocou uma sala junto de uma colega, Elaine Naufal. E casou com seu então namorado, Thales, no mesmo período em que passou no mestrado em Belo Horizonte (MG), cursando parte dele na Unicamp (Universidade de Campinas), em Piracicaba (SP). "Era uma loucura. Ficava quatro dias por mês em Minas Gerais, outros dias em Campinas, ainda mantive meus atendimentos no meu consultório em Taubaté e as aulas", relembra.
Nos anos seguintes, foi convidada a coordenar um curso no Cereo, escola com cursos de pós-graduação em odontologia, localizada em Campinas. Foi nessa época que veio sua primeira filha (Beatriz, 15 anos). "Bia encarou comigo essa jornada. Ela ia comigo para todos os lugares".
Julgada como mãe, Irene não se fez de rogada ao fazer as malas, pegar a filha e ir viver seu sonho profissional: foi para os Estados Unidos fazer um curso de DTM (Disfunção da Articulação Temporomandibular), que é a articulação que liga os ossos do ouvido aos da mandíbula e comanda todos os seus movimentos. Trata-se de uma estrutura pequenininha e uma das mais complexas do corpo humano. Se apaixonou!
A dentista se aprofundou cada vez mais no conhecimento, teve seu primeiro contato com a medicina do sono e voltou para o Brasil de olho em uma especialização na área. "Na época, eu nunca tinha ouvido falar sobre isso por aqui, nem sabia que dentistas podiam atuar nesta área", afirma. Irene foi, então, atrás de nomes da especialidade e encontrou profissionais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que desenvolviam pesquisas na área do sono, entre eles, Lia Bittencourt, médica pneumologista; e Cibele Dal Fabbro, dentista do Instituto do Sono.
O problema: não existia ainda um curso específico na área. Até que o Instituto do Sono criou um e Irene tratou logo de fazê-lo. Assim que acabou a nova pós-graduação, prestou prova na Associação Brasileira do Sono e conseguiu autorização para exercer a área em sua clínica. Foi quando veio Carolina, sua segunda filha, hoje com 7 anos.
"Então, além da ortodontia, passei a atuar em DTM e odontologia do sono. Afinal, todas têm relações entre si. São as forças bucais calibradas e a musculatura saudável que garantem a estabilidade dos dentes na boca. Pacientes com distúrbio do sono normalmente têm problemas craniofaciais, que gera, por exemplo, apneia, bruxismo. Nós conseguimos minimizar ou mesmo corrigir isso com tratamento", explica.
Irene levou suas pesquisas na área para o doutorado. Entretanto, com marido, duas filhas, consultório para cuidar e aulas para dar, pensou em desistir do curso para dar mais atenção principalmente à família, mas seus mestres não deixaram. Ela se esforçou para levar sua pesquisa para a Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São José dos Campos (SP), mais perto de sua casa. Deu certo, defendeu sua tese em junho de 2020, em meio a pandemia.
No período ainda arrumou um tempo para fazer um curso em Brasília (DF) de diagnóstico de imagens, uma forma de ser mais assertiva no tratamento de seus pacientes. A Seletto Odontologia foi idealizada neste período, com o intuito de oferecer o melhor da tecnologia e do conhecimento científico para a resolução de casos, principalmente complexos, na área da odontologia.
"Eu sempre quis buscar o melhor para meus pacientes. E entendi, ao longo da minha prática na área, que bons tratamentos ocorrem a partir de diagnósticos precisos. Para saber tratar, eu preciso saber o que o paciente tem", afirma. "Então, enquanto na pandemia estavam todos parados, usei meu lado empreendedor para investir em aparelhos de diagnóstico. Hoje temos na Seletto Odontologia aparelho de eletromiografia, que identifica o movimento muscular; termografia, para apoiar em caso de dores crônicas; scanners e ultrassonografia", enumera Dr. Irene.
"Sempre gostei de imagens. Mas esse é mais um caso de escassez de conhecimento no Brasil. Então, passei a estudar diagnóstico por imagem, com foco em efetuar tratamentos de forma minimamente invasiva, por conta própria. Fui atrás de um amigo, o Dr. Alexandre Paiva Luciano, do Instituto de Ortopedia Taubaté, para aprender mais sobre ultrassonografia e discutir casos. Encontrei recentemente um professor que também tem estudado a área na odontologia, então entrei em contato pelo Instagram", completa ela, que sozinha não só tem aprendido a usar a máquina, bem como descobriu como calibrar a imagem na tela.
Recentemente, a profissional descobriu em Petrópolis (RJ), uma especialização de DTM com foco na área de medicina regenerativa. Sua formação ocorrerá no próximo mês de junho. "É tudo muito novo na área da odontologia. Há muitos estudos ocorrendo agora. E eu não gosto de ficar parada. Quem sabe sai o pós-doutorado? Quero estar sempre na vanguarda da informação, trazendo o que há de mais moderno para o meu paciente. Não à toa, hoje recebo pessoas do Brasil inteiro, nos tornamos referência em diagnóstico e tratamento", explica.
Recentemente, a Seletto Odontologia ganhou ainda aparelhos de escaneamento digital que permitem ver o histórico de perda dos pacientes, seus dentes, arcos e tecidos subjacentes com grande precisão. O aparelho é crucial para a área de implantodontia. A clínica trabalha também com o Invisalign, onde as imagens captadas são enviadas para os Estados Unidos. Lá eles fazem o planejamento das placas a serem colocadas na boca do paciente. No entanto, o processo é sempre revisto com rigor por Irene.
"Sou muito exigente, gosto de entender todos os detalhes de cada caso. Tenho 25 anos de carreira e posso comemorar casos de pacientes meus que tiraram o aparelho dos dentes e estão com os dentes estáveis há 20 anos. Isso é fruto de acompanhamento e diagnóstico precisos. Esse é meu diferencial. A odontologia está sempre evoluindo e estamos junto nessa evolução", diz ela que muitas vezes não dorme pesquisando sobre casos complexos que chegam em sua clínica.
Empatia e acolhimento também fazem parte das práticas da Seletto Odontologia. Colocar-se no lugar do outro é uma prática obrigatória para todos que trabalham no espaço. "Eu digo que, antes de qualquer atendimento, todos precisam pensar: eu teria tal conduta com meu filho? Se não, não faça", enfatiza.
Atualmente, Irene segue também dando aulas na pós-graduação. "Lecionar me permite estudar e lembrar sempre quem sou. Como preciso estar atualizada, toda semana leio um artigo científico", afirma e ainda garante que não larga o consultório por nada: "eu amo dar aulas, mas foi por causa da clínica que fui ser professora e pesquisadora. É graças a ela que estou sempre aprendendo, reaprendendo e desaprendendo todos os dias. Trabalho sempre com muita seriedade. Quero que todos os pacientes saiam felizes do meu consultório. Tudo o que eu faço é por eles. Sempre por eles".

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